Publicado originalmente no Portal Administradores.
Por Nicholas Maciel Merlone
Veja na íntegra aqui.
I – Líderes Criativos
nas Empresas
Em
ambientes corporativos é preciso
cultivar a liderança, bem como a criatividade. Em outras palavras, é necessário buscar líderes criativos, que, na verdade, nem sempre
correspondem aos estereótipos comuns. Steve Jobs, fundador da Apple, não tomava
banho, andava descalço e, para ser
aceito numa empresa, foi necessário que se criasse um turno novo somente para
ele. No filme A Grande Aposta, um
pequeno grupo de investidores, desacreditados pela grande maioria dos demais,
apostaram contra o mercado, pouco antes de 2008. Entre eles, havia um
investidor representado por Christian Bale, que, vestindo bermudas, camiseta e
chinelos, sem cortar os cabelos direito, tocando bateria no ar e ouvindo heavy metal, enquanto analisava os
cenários, foi questionado por investidores de sua firma que não acreditavam em
sua pessoa, e, assim, requisitaram que lhes devolvessem o dinheiro do investimento.
O curioso, certamente, é nos perguntarmos, tempos depois, como que ficaram ao
saber que o investidor de que duvidaram estava certo.
II – Liderança
no Cinema
O
filme Pegando Fogo é um prato cheio
sobre liderança. “O chefe de cozinha Adam Jones (Bradley
Cooper) já foi um dos mais respeitados em Paris, mas o envolvimento com álcool
e drogas fez com que sua carreira fosse ladeira abaixo. Após um período de
isolamento em Nova Orleans, ele parte para Londres disposto a recomeçar a
carreira e conquistar a sonhada terceira estrela no badalado guia Michelin de
restaurantes. Para tanto ele conta com a ajuda de Tony (Daniel Brühl), que
gerencia um restaurante na capital britânica, e recruta uma equipe de velhos
conhecidos.” (cf. Adoro Cinema).
Pois
bem, o filme sobre o chefe de cozinha pode ser um ponto de partida interessante
para discutirmos relações de liderança. Embora no caso o local das atividades
seja a cozinha, nada impede que transplantemos as ideias centrais para
ambientes de negócios, como empresas.
Sendo
assim, necessário primeiro trazer à luz o conceito: “Liderança é o processo em
que uma pessoa é capaz, por suas características individuais, de aprender as
necessidades dos profissionais da empresa, bem como de exprimi-las de forma
válida e eficiente, obtendo o engajamento e a participação de todos no
desenvolvimento e na implementação dos trabalhos necessários ao alcance das
metas e objetivos da empresa.” (cf.
Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira. Fundamentos
da Administração. Conceito e práticas essenciais. São Paulo: Atlas, 2009.
p. 205).
Jones
é um líder atípico. De um lado, com
temperamento peculiar, às vezes, explosivo mesmo, por outro, detinha a
capacidade de reconhecer talentos e agregá-los a sua organização, produzindo
resultados positivos. Assim, escalou o seu time de cozinheiros.
Para
tanto, “O trabalho mais importante do líder – selecionar e avaliar as pessoas –
nunca deve ser delegado. Com as pessoas certas nos lugares certos, há um pool
de liderança que concebe e seleciona as estratégias que passam a ser
executadas. As pessoas, então, trabalham juntas para criar, elemento por
elemento, uma estratégia em sincronia com a realidade do mercado, da economia e
da concorrência. Com as pessoas certas no lugar certo e a estratégia
implementada, ambas serão ligadas a um processo operacional que resulta na
adoção de programas e ações específicos que estabelecem responsabilidades.”
(cf. Larry Bossidy e Ram Charan. Execução.
A disciplina para atingir resultados. Trad. Elaine Pepe. 30ª. tiragem. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 37).
Igualmente,
nas empresas, montar um time de talentos requer a habilidade e competência para
selecionar os jogadores certos, passando pela análise dos Recursos Humanos,
porém sem abrir mão da visão dos gestores da companhia, com quem efetivamente
trabalharão.
Todavia,
importante observar que nem sempre um time de estrelas vence um campeonato. Às
vezes, uma equipe de jogadores medianos bem entrosados pode levantar a taça.
Isso porque o líder pode não ter a oportunidade de escalar seu time, mas, sim,
ter de trabalhar com um já formado. Daí, fundamental ser carismático,
inspirador e motivador, para reconhecer os pontos fortes de jogadores que não
sejam galácticos, superar os pontos fracos e impulsioná-los a favor da empresa.
Quanto
ao tipo de líder, vale destacar: “O líder transacional, ou negociador, apela
aos interesses, especialmente às necessidades básicas dos seguidores. Ele
promete recompensas para conseguir que os seguidores (ou subordinados)
trabalhem para realizar as metas. O líder transacional oferece recompensas
materiais ou psicológicas, conseguindo em troca um compromisso de tipo
calculista. (cf. Antonio Cesar Amaru Maximiano. Introdução à Administração. Edição Compacta. 2ª. edição revista e
atualizada. São Paulo: Atlas, 2011. p. 219).
Com
efeito, Jones escala uma cozinheira indispensável para a equipe. Porém, a única
forma de contratá-la foi triplicando o seu salário, pois igualmente de
temperamento forte, somente assim conseguiu que ela se juntasse à equipe.
III - Criatividade
na conferência TED (Tecnologia, Entretenimento, Design) ideas
worth spreading (ideias valem sendo divulgadas)
Para
abordarmos o tema sobre criatividade,
recorremos à obra de Carmine Gallo (cf.
TED, falar, convencer, emocionar. Trad.
Cristina Yamagami. São Paulo:
Saraiva, 2014. p. 70-71)
Escolas
devem cultivar (e não podar) a criatividade. A história mais intrigante e
emocionante é sobre Gillian Lynne. Lynne foi a coreógrafa dos espetáculos Cats e O fantasma da ópera. Um entrevistador indagou como ela se tornou
dançarina. Lynne disse que nos anos 1930, seus professores concluíram que ela
tinha um problema de aprendizagem, uma vez que não parava quieta e ficava
sempre se mexendo, sem se concentrar. Poderiam até pensar em TDAH, mas não
naquela época.
Sua
mãe a levou em um especialista. Após ouvi-las por 20 minutos, o médico pediu
para conversar a sós com a mãe. Porém, antes de sair, ligou o rádio. Enquanto
isso, do lado de fora, mostrou à mãe da menina que ela dançava na sala e,
assim, afirmou que a garota não tinha problema algum, era, na verdade, uma
dançarina. Sua mãe deveria, sim, levá-la a uma escola de dança.
Com
efeito, a moça foi à escola de dança e, mais tarde, entrou para o Royal Ballet, participando de alguns dos
maiores musicais da história.
“O
TED celebra o dom da imaginação humana”. Para evitar que cenários adversos
ocorram, é preciso reconhecer “a riqueza de nossas capacidades criativas [...]”
Da
mesma forma, no ambiente corporativo, a criatividade não deve ser desprezada.
Algumas vezes, para se solucionar hard
cases, o líder precisa colocar sua imaginação para funcionar e, com
criatividade, encontrar soluções produtivas.
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